obras industriais

Conhecimento da região, fornecedores e logística para obras industriais

Vivemos em um país com dimensões continentais, expressão utilizada para dizer que o território nacional é muito grande, por isso com área comparável à de um continente. Um fator de extrema importância na implantação de um empreendimento é a sua localização em relação aos centros que possam suprir as demandas de serviços e insumos.

No caso de obras no norte do Brasil e especificamente da cidade de Macapá/AP, distante dos principais polos industriais do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília) sem ligação terrestre com o restante do país, ainda existe uma grande carência de fornecedores locais que atendam prontamente a necessidade dos insumos para instalação de obras complexas, específicas e de grande porte, como a construção de um Aeroporto Internacional cujo área do Terminal de Passageiros – TPS é superior a 27.000m².

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Quais são as possíveis complicações em obras industriais?

A localização da cidade de Macapá e a estrutura existente, faz com que a logística para suprimentos da obra seja complicada quando comparada a outras localidades, e condições como esta sempre impactam economicamente o empreendimento, tanto em função do alto valor a ser desembolsado com fretes, quanto em função da necessidade de, na maioria das aquisições, haver a necessidade de desembolso de valores de forma antecipada.

Itens específicos como o fornecimento de equipamentos especiais do tipo: Pontes de Embarques, Esteiras de Embarque, Escadas Rolantes e Elevadores, a contratação do transporte deve ser minuciosa, optando por empresas especializadas e com vasta experiência em mobilização de cargas especiais.

Qualquer dano sofrido por esses equipamentos poderá trazer consequências desastrosas para o empreendimento, para ter ideia o prazo de reposição de uma Ponte de Embarque importada da Espanha é de aproximadamente 12 meses, inviabilizando a entrega do Aeroporto dentro do prazo estabelecido com a contratante.

Itens de prateleira como “madeirite”, barra de aço, arame e prego deverão ter um rigoroso controle no estoque do almoxarifado da obra, evitando a falta no canteiro de obras. Mesmo sendo costumeiros, as aquisições nestas localidades podem gerar um custo extra e ociosidade de equipes nas frentes de trabalho.

Itens de revestimento como vidros encapsulados, peças de granito (0,9×0,9m), cerâmica, e outros deve-se buscar transportes alternativos, como o marítimo pela costa brasileira. Este tipo de deslocamento pode encaixar dentro do orçamento da obra, minimizando consideravelmente os riscos com acidentes do tipo material e pessoal, principalmente se comparado com o transporte de carga habitualmente realizado pelas rodovias federais / estaduais do nosso país.

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O que considerar na parte de estudos e planejamento nas obras industriais?

Durante a fase de estudos e planejamento também devem ser considerados outros pontos, como o atraso de materiais pela deficiência portuária do país, quebra de caminhões em localidades remotas, dificuldade de cabotagem, monopólio do transporte fluvial da região, bem como sujeição do mesmo às condições de navegabilidade, bem como a burocracia nos trâmites para o processo de importação de equipamentos e desembaraço portuário.

Sendo assim, a contratação de um empreendimento inserido nesta localização geográfica aliado aos monopólios até então desconhecidos, e os problemas intangíveis de carga, calado, variação da maré, infraestrutura aeroportuária, desembaraço aduaneiro etc, já relatados, deve ser avaliado a fundo, considerando as lições aprendidas desse tipo de empreendimento, custos e prazos, só assim é possível o entendimento total do conhecimento da região, fornecedores locais e a logística para atendimento do escopo contratado.

Autor: Ricardo Kahey

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