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Gestão de Engenharia – BIM
15 de outubro, 2024

Luiza Mendonça Paixão – Engenheira na Reta Engenharia
Lucas Fukuda – Arquiteto BIM Manager na Reta Engenharia

A Engenharia desenvolvida em BIM deve conter informações nos modelos que possibilitem a análise da construtibilidade e avaliação orçamentária (planejamento 4D e orçamento 5D) para tomada de decisão da Engenharia. Para delimitar esses dados, é necessário criar um documento, contendo uma matriz de requisitos de informação, que oriente o processo de modelagem. Esse documento é chamado de EIR – Exchange Information Requirements (Requisitos de Troca de Informação) e é introduzido pela Contratante no início do contrato. Dentro do EIR, são estabelecidos os IDSs – Information Delivery Specification (Especificação de entrega da Informação), que especificam as classificações, propriedades e até mesmo valores e unidades precisam ser entregues pela projetista para cada elemento dentro do modelo. Os IDSs, além de serem parâmetros imputados nos modelos, servem para extração de quantitativos que podem ser utilizados em trade-offs, CapEx e planejamento.

A partir desses documentos, a Projetista deve elaborar o BEP – BIM Execution Plan (Plano de Execução BIM), que é uma resposta aos Requisitos de Troca de Informação e apresenta todos os aspectos, informações e premissas do projeto. O documento inclui também todos os fluxos de desenvolvimento, análise e aprovação dos projetos, ferramentas utilizadas etc. O fluxo abaixo está sendo utilizado com alguns clientes e delimita a função de cada empresa no desenvolvimento de um projeto: Contratante, Projetista e Reta.

Para auxiliar nessa sequência, a Reta buscou uma plataforma que pudesse automatizar todo o processo e auxiliar no gerenciamento das informações. Sendo assim, foi adquirida a licença de um sistema que trabalha em 3 áreas: elaboração de documentos (EIR, BEP, etc.), delimitação dos IDSs e, por fim, verificação dos IDSs nos modelos. A plataforma facilita a construção colaborativa do plano de execução BIM a partir de templates aderentes a norma ISO 19650, estabelecendo um processo de gestão da informação do projeto.

1) Elaboração de Documentos:

Para a elaboração de documentos, a plataforma dispõe de modelos e itens no padrão da norma escolhida, que são preenchidos de acordo com as informações da Contratante, do empreendimento a ser elaborado e do fluxo que será seguido. Dessa forma, nos projetos em andamento, foi utilizado o template para o EIR seguindo a norma internacional ISO 19.650 e disponibilizado acesso à projetista para que preenchesse o BEP.

2) Delimitação dos IDSs:

Para a delimitação dos IDSs, foi utilizada a aba “Escopo”, na qual foi criada uma biblioteca/matriz de requisitos orçamentários suportados pela metodologia BIM, separada por disciplina, contendo os parâmetros para os elementos do modelo a serem fornecidos pela projetista. A estratégia principal solicitada pelo cliente foi a possibilidade de retroalimentar o CapEx e planejamento antecipadamente, de acordo com as mudanças ocorridas ao longo do desenvolvimento do projeto, sendo essa uma fonte de tomada de decisão do projeto. Dessa forma, foram atribuídos, como exemplo abaixo, os parâmetros que uma telha metálica deve possuir no modelo: código 4D, CMS (Critério de Medição de Serviço), tipo de material, Tag (Ifcidentifier) e peso.

Com relação à definição do código 4D, deve ser pensado pelas partes interessadas em como as atividades poderão ser segmentadas e retroalimentadas no orçamento, para que seja desenvolvida uma EAP.

3) Verificação do Modelo:

Por fim, a Plataforma apoia na fase mais trabalhosa do projeto, que é a conferência dos requisitos de informação dentro do modelo, utilizando a aba “Verify”. O recurso busca de forma automática os itens solicitados no documento e o nível de detalhamento para a informação previamente solicitada na aba “Escopo”. No exemplo abaixo foram analisadas as telhas de uma estrutura metálica. Como resultado, foi possível observar que apenas 40% dos requisitos totais para o elemento foram preenchidos pela projetista.

Em um processo convencional de engenharia, a gestão é feita pela emissão de pranchas 2D. Com o BIM, isso muda radicalmente, sendo necessário novas formas de medir o nível de desenvolvimento da engenharia. Sendo assim, a partir das métricas obtidas, foi pensado também em um critério de medição que reproduza o nível de desenvolvimento para os elementos de cada modelo. Esse critério foi incluído no EIR, que atribuía 60% do avanço e remuneração da disciplina de engenharia o atendimento a matriz de requisitos de informação:

Como estratégia de gestão de atendimento aos requisitos, a plataforma permite a exportação dos resultados verificados do modelo, onde é possível criar um acompanhamento a parte em softwares de apoio.

A plataforma tem sido um recurso de grande importância para a Reta Engenharia, uma vez que permite o desenvolvimento e conferência mais automatizado dos modelos, sendo possível gerar métricas que auxiliam na gestão com a projetista. Dessa forma, é possível obter um modelo aderente aos requisitos organizacionais do Cliente, com a possibilidade de utilização do planejamento 4D e orçamento 5D em etapas posteriores (implantação e operação).

A plataforma permite customizações do escopo para diferentes contextos/projetos, sendo possível utilizá-la em outros contratos vigentes da Reta Engenharia.