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Implementação de BIM e Green CapEx impulsiona sustentabilidade e eficiência em expansão de usina hidrelétrica
3 de October, 2024

Em um passo decisivo rumo à inovação e sustentabilidade, a Reta Engenharia tem a satisfação de anunciar os resultados da aplicação da metodologia BIM (Building Information Modeling) e da estratégia Green CapEx em um projeto piloto de ampliação de uma Usina Hidrelétrica. O contratante trata-se de um dos maiores players globais na área de energia e o projeto demonstra a relevância dessas ferramentas na gestão eficiente de recursos, redução de emissões de carbono e otimização dos custos operacionais e de capital.

Figura 1 – Modelo BIM Federado desenvolvido pela Reta Engenharia da UHE.

Figura 2 – Modelagem BIM da UHE.

O escopo do projeto abrangeu a aplicação da metodologia BIM em todas as fases, desde o planejamento e execução da obra, até o comissionamento e a gestão da operação e manutenção da usina. Nesse sentido, fomos responsáveis por elaborar um Manual BIM (BIM Mandate) aplicado ao Setor Hidrelétrico que padronizava usos da modelagem BIM para viabilizar planejamento, orçamento, inspeção, execução da obra e futura gestão operacional dos ativos da UHE. Além disso, desenvolvemos os documentos essenciais para a contratação do consórcio construtor no modelo EPC (Engenharia, Procura e Construção), incluindo um Plano de Execução BIM (BEP) pré-contratual, os Requisitos de Troca de Informações (EIR), uma Especificação Técnica BIM e o Termo de Referência para formalizar a adoção do BIM no empreendimento para a Fase de Engenharia Detalhada. Isso permitirá a criação de um ambiente colaborativo e bem estruturado, com padrões contratuais claros para os requisitos de modelagem e seguindo as diretrizes da norma ABNT ISO 19650.

Figura 3 – Processo de Gestão de Informação segundo Norma ISO 19650 – 1° e 2° Estágios aplicados ao escopo BIM contratado.

Ao longo da etapa de Orçamentação BIM realizada no software AltoQi Visus, foi estudado o uso de uma Calculadora de Análise de Ciclo de Vida (ACV) para avaliar e reduzir a pegada de carbono da UHE do CapEx. Os resultados dessa análise foram expressivos: a estimativa inicial de emissões era de 174.000 tCO₂e, mas após a otimização do projeto com materiais sustentáveis, como cimento com 50% de escória, aço reciclado e biodiesel em substituição ao diesel, as emissões foram reduzidas para 105 mil tCO₂e — uma redução de emissões de 39,65%. Essa diminuição de emissões estimada em 69000 tCO₂e corresponde à compensação de 483.000 árvores, conforme o Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), que calcula que cada tonelada de carbono é compensada por 7 árvores ao longo de 20 anos.

Outro indicador importante, utilizado ao longo da utilização da metodologia ACV de uma hidrelétrica, trata-se das emissões totais para a obra de infraestrutura com base no seu potencial de geração de eletricidade anual, indicado em toneladas de CO₂e por kWh gerado, ou tCO₂e/kWh. Essa medida é essencial para que o investidor (owner) possa avaliar diferentes opções de usinas em seu portfólio, permitindo identificar projetos com maior eficiência ambiental. Uma maior capacidade de geração de energia limpa, com menores emissões de CO₂e por kWh, tende a destacar opções mais sustentáveis e vantajosas, contribuindo para decisões mais informadas na seleção de projetos. Desse modo, o projeto da UHE, com base nas diretrizes propostas pela integração de ACV&BIM, compensará as emissões de construção em menos de dois anos de operação em termos ambientais.

Abaixo imagens que ilustram a integração BIM-ACV propostas nesse projeto:

Figura 4 – Simulação de Descarbonização associada ao Sequenciamento Construtivo 4D indicando a concentração de carbono equivalente incorporado ao projeto para análise e decisões projetuais de redução de carbono dentro do CapEx baseline.

Figura 5 – Resultados da Simulação 4D de Descarbonização realizada.

Figura 6 – Modelo BIM – integração unidirecional para alimentar calculadoras ACV.

Essa iniciativa exemplifica o conceito de Green CapEx, que não apenas contribui para a mitigação das mudanças climáticas, mas também fortalece o projeto em termos de ciclo de vida, eficiência de custos e produtividade. O Green CapEx retroalimenta o Capex baseline com o investimento necessário para viabilizar uma infraestrutura verde. Nesse sentido, a contribuição para a redução de emissão de gases nocivos ao meio ambiente trata-se de um importante aspecto, pois órgãos reguladores e fundos de investimento internacionais têm adotado políticas cada vez mais rigorosas para limitar tais emissões. Assim, as empresas que se adaptam e adequam a esses requisitos destacam-se ao promover práticas de construção sustentável e governança corporativa.

Dessa forma, o uso do Green CapEx facilita a obtenção de capital por meio de Títulos Verdes de Financiamento (instrumento ESG), ou Green Bonds, criando oportunidades para atração de investidores voltados para práticas sustentáveis. Isso permite taxas de financiamento a custos reduzidos, que distribuídos ao longo da etapa de construção irão reduzir o orçamento final da obra, auxiliando na sua viabilização.

Em resumo, o sucesso desse projeto de ampliação da usina hidrelétrica, alinhado com as demandas globais por uma economia de baixo carbono, reforça a importância da inovação tecnológica e do compromisso com a sustentabilidade, demonstrando que o uso de soluções como BIM e Green CapEx trazem benefícios tanto ambientais quanto econômicos. Seguimos empenhados em adotar tecnologias que nos permitam construir um futuro mais verde e eficiente.

Escrito por Lucas Yosuke Leonel Fukuda e Pedro Henrique Schuchter Pereira

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